INSURGENTE

Não servimos cores sutis e delicadas,

pois somos duros e sempre amargos.

Nessa casa, não louvamos a complacência,

nem à flacidêz das bundas aburguesadas.

Somos impermeáveis ao mediano,

que escorre pelas paredes em frases floridas.

Não imitamos a mão viciada em mesuras

pois não dançamos nem somos respeitáveis.

Inflamamos sua comodidade decente,

com nossas vergonhas sacolejantes e atrevidas.

E quando de sua hipocrisia cultivada em família,

vier a reprovação pela liberdade feita de condenação,

diremos que pior é o veneno que lhe cega pra vida

por não poder ser o rompante que preso ficou às braguilhas.

Não servimos elegânca nem poesia traduzida,

pois quem deseja significados e bordados tolos,

merece a decomposição e o esquecimento do dia.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 20/03/2024
Código do texto: T8023719
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.