Cansada de tudo
Forjada
À revelia
De mim
Diminuta estrada
Reta
Vida de meta?
Receio da retidão
porém, há o desejo
para tanto
Pranto
necessito de um ensejo
Ensaio sórdido de algo plano
desumano
Isenta de dolorosa emoção
Dolorosa, não tristonha
-Chega de picuinhas
Viva a vida-
Dizem os além mundo
Vi(ver) a vida
é ver coisa onde não tem
ou tem
é cotidiano com mesa posta
missa no domingo
abraçar a mãe
mandar mensagem de bom dia
sentir saudade de um triste amor
não correspondido
mera vida pequena
Ou seria uma grande vida?
-das subjetividades da lida-
Diário complexo
Ver-se grande
pronto e acabado
é como ser o próprio Deus
espiando do céu nossa pequeneza
réles humanos
Presos a uma bastarda vida
bastarda?
Aos semideuses, talvez
Como versou Fernando Pessoa
"Estou farto de semideuses"
eu, com minha pequeneza exposta,
banal superficialidade
errante
Imatura
e chorosa
Compactuo e abraço o verso
e finalizo esse esboço
-poema-
Repleto de ~ curvaturas~
Escrito às pressas
Errante
DeSviaNtE
como a pessoa da escrita
eu, leitora de Pessoa,
daí o assombro
À retidão
-Contraditória-
invejo e margeio as linhas retas
Sabendo que, imperfeita,
jamais alcançarei tamanha
grandeza