Tomar a paciência pelo ar...
Tomar a paciência pelo ar
Olhando a farta nuvem que vagueia
Raspa a terra sem destino
De bruços com a imagem
Alada em corte que dilacera
Todas as faias da manhã
Ávido corte sem mensura
Enregelando o falar acima do limite
Uma folha tachada no vídeo
Cargas de um passado recente em chamas
Par e passo deixando para depois
Tudo o que se faria antes
Assuntos da faina diária passam difusos
Em cada toque do toque em fio e voz
No café gelado do meio-dia
Tragadas soltas de uma dor latente
Fina espera de alguém que sempre espera
Como se nada mais restasse do que a espera
De há muito sem reter mais agrados
No agradável rasgo de coração
Nem se liga no vídeo que parte em vão
Melhor são as letras subtraídas em lenta passagem
Solos diáfanos de ruídos pouco conhecidos
Ruídos que marcam na pátina do olhar
Cerceando o logro do amanhã
Além do desejo que se dispõem em lascas
Tudo range em detrimento da página vazia
Como se novo fandango nas raias da noite
Tomasse o recreio que não me tens
Anverso ao lirismo de outra página
A facticidade irrompe as alamedas do Jardim
Em tonalidades boreais a cada amanhecer
O pensar se remete para a isbá em final de montagem
Quero estar longe da navalha
Que corta a minha carne, sangra em dor
Para tantos tons novos que na aparição
Sei que ela nunca mais apareceu
Para no limiar deste novo luar
Tragar em pequenos afãs outros momentos
Dissipados pelas paredes de tantas noites caladas
Ah! meu olhar...
Rupestres na cadeia de rochas.
Peixão89