Décimo terceiro conto poético: e tenho dito
"Por toda minha vida
Onde você esteve?
Eu me pergunto se algum dia te verei de novo"
Igual a primeira vez em que eu ouvi essa música do Kravitz
E os anos 2000 já virou vintage
Vinte quatro anos se passaram
O crononauta que vos fala, aos que ainda estão por aí, que tudo está andando para trás, novamente
Depois de ter ido bem longe do equilíbrio habitável
É a humanidade que não presta mesmo
Santos são esses anjos de quatro patas, asas e barbatanas que nos aturam
Nem nós nos aguentamos mais
Tudo falso
E, logo abaixo, na lista, vem aquela música de oceano profundo da minha mente
Com direito a manetes do Super Nintendo, macacos nadando debaixo d'água e um entardecer dourado de infância
E com o meu anzol de saudade, eu puxo
Mas o que continuo vivendo
Não o passado que nunca existiu
Se são apenas lembranças que povoam a esperança de uma eternidade que nunca chega
É essa magia da música etérea,
Atemporal
Que se torna parte das nossas existências
Da minha, com certeza
De um hino de alma que não se traduz
E vezes, a ciência até explica, mas de maneira superficial
Se é pela arte que a experiência aguça
O crononauta acredita, sem dúvidas, que seria melhor voltar naquele tempo, mas sabe que não existe um portal