Asas Vivas

Se eu pudesse ouvir o som do silêncio

Que arguta meu tempo cotidiano...

É como se o mar inundasse a terra

Assim, assim... sorrateiramente...

Com ondas mansas e areias frias

Veredas domesticadas e vazias...

 

Se em mim possibilita o possível

É porque sou como o chão,

Envergado de pés vestidos de procuras

Para encontrar caminhos de amor e paz...

Olhos de luz, brejeiros de esperança -

São lume na estrada de minha escuridão.

 

Se minhas xícaras são sempre canyons profundos,

Se beiro abismos e universos insondáveis...

Transbordam na boca ainda sonhos e utopias

No incomensurável do meu mundo, minha visão...

De luzes e estradas impercorríveis...

De asas vivas ao largo da solidão...