(In)capturável

 

Contemplo os rastros da verdade,

uma palavra nova, uma pegada

na areia quente da busca pela luz. 

 

A sede, implacável, persegue

o sonho e o enigma,

a partícula grandiosa,

a essência insondável do Ser.

 

Se mostro meu rastro,

se deixo minhas pegadas

no momento em que nasce a palavra

e se desintegra a poesia da pele

como substância,

como movimento da alma

no papel em branco.

 

É incapturável a emoção.

É indizível o que

o pensamento busca

em meio ao Silêncio Cortante

que me toca de forma

quase imperceptível...

 

A voz ecoa o desejo

que não deixa de sonhar. 

 

Poema e foto: