MEU TERREIRO
Tantos cidadãos de bem
Que não respeitam ninguém
Andam com a bíblia na m
E me machucam o coração
Pois são grandes carniceiros
Fazem do ódio o seu Deus.
Manipulando os irmãos seus
E vêm queimar nossos terreiros
Mas sou mãe Alba de Iansã
Nunca fugi duma briga,
E não gosto de intriga
Mas faço um valentão bocó
Pular numa perna só
Porque machista intrigueiro
Comigo fica maneiro
Logo ele perde a ousadia
De entrar no meu terreiro
O meu terreiro é cruzado
Só entra quem eu deixar
Respeito o povo da rua
E louvo meu Orixá
Resolvo as coisas na hora
Sou brasa acesa no fogão
Gosto de ver valentão
Pisando no formigueiro
Quero ver se vai ser macho
Pra queimar o meu terreiro
Sou índia cá de Goiás
Fui criada com pirão
Gosto de arroz com feijão
Mas não tolero desacato
Derrubo o cabra gaiato
Tem quem diz que sou guerreira
Pra ajudar sou a primeira
Só não me venha ser chato
Se não pode com a macumba
Não atiça o macumbeiro
Quero ver quem tem coragem
De peitar o meu terreiro