MEU TERREIRO

Tantos cidadãos de bem

Que não respeitam ninguém

Andam com a bíblia na m

E me machucam o coração

Pois são grandes carniceiros

Fazem do ódio o seu Deus.

Manipulando os irmãos seus

E vêm queimar nossos terreiros

Mas sou mãe Alba de Iansã

Nunca fugi duma briga,

E não gosto de intriga

Mas faço um valentão bocó

Pular numa perna só

Porque machista intrigueiro

Comigo fica maneiro

Logo ele perde a ousadia

De entrar no meu terreiro

O meu terreiro é cruzado

Só entra quem eu deixar

Respeito o povo da rua

E louvo meu Orixá

Resolvo as coisas na hora

Sou brasa acesa no fogão

Gosto de ver valentão

Pisando no formigueiro

Quero ver se vai ser macho

Pra queimar o meu terreiro

Sou índia cá de Goiás

Fui criada com pirão

Gosto de arroz com feijão

Mas não tolero desacato

Derrubo o cabra gaiato

Tem quem diz que sou guerreira

Pra ajudar sou a primeira

Só não me venha ser chato

Se não pode com a macumba

Não atiça o macumbeiro

Quero ver quem tem coragem

De peitar o meu terreiro

Cigana das Rosas
Enviado por Cigana das Rosas em 16/03/2024
Código do texto: T8021476
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