Aboio da Solidão
Às vezes a gente sente
Como tristeza que o valha
As cinzas ainda quentes
De um Amor fogo de palha
Mas a sina de um vaqueiro
Cavaleiro e laçador
Galopa o sertão inteiro
Pra laçar um grande amor
Naquele primeiro beijo
Mais doce que todo mel
Eu prometi num lampejo
Te dar as estrelas do céu
Quando o céu escureceu
No olhar desse valente
Uma lágrima desceu
Feito de um rio, a vertente
A chuva deixou molhada
Passadeira do estradão
Quando passou a boiada
Ficaram marcas no chão
E como a chuva passada
Foste embora sem razão
Feito marcha de boiada
Marcaste meu coração
A chuva cai na estrada
Molha o chão sem piedade
E passarão mil boiadas
Não passará a saudade
MARCANTE, Alexandre.
ams©Publicações & Casa das Letras.
Todos os direitos reservados.