Coisificação do homem
Coisificação do homem
Vanderli Medeiros
Nascemos cheios de esperanças,
O mundo, pelo nosso olhar de criança,
é grande, um gigante a ser conquistado,
que por nós será em breve domado;
Há o primeiro contato com conflitos da adolescência,
Sonhos, amores juvenis assalta-nos com insistência.
As primeiras decepções e dores, a exigir-nos penitência;
percepção de que há no mundo muita crueldade,
que ele não é feito só de amores, há desumanidade...
Que entre a terra, o céu, e o mar,
há mais mistérios e enigmas a desvendar;
que a felicidade é composta apenas de minutos fatídicos
a nos condenar, posteriormente, a tormentos oníricos.
Até o dia em que morre de vez em nós, num segundo,
o olhar de criança com o qual contemplávamos o mundo,
a nostalgia toma conta do ser, irremediavelmente, é doloroso...
Amanhecer para um novo dia, se torna cada vez mais penoso...
Morre o amor, a fé nos seres, ‘coisifica’ o homem,
humaniza-se e glorifica-se o vil metal ($)
morrerá o homem, eterno é o metal que nos consome...
Tolo bicho homem, verme da terra e p’ra ela voltará!
E, contemplamos o planeta cheio de seres alienados;
Destituídos de alma, correndo atrás do vil metal, bitolados.
Numa letargia louca, insana, demente, factual e desigual.
Nas ruas, muita gente aglomerada, entregue a solidão, abandonados...
Barra do Garças – MT – 11/07/04