NOITE
Um borrão clareia
a negritude do céu
tudo é silêncio
mas minha alma grita.
Ao escurecer todos meus
monstros saem à tona,
não controlo meu ser
e viro escrava da loucura,
devassa e mundana.
A noite me cobre
de segredos e fantasias
mas insisto em me despir
desnuda em poesia
sou uma fera
a rugir
louca, santa e desvairada
rodopiando nos bailes da vida.
O dia encobre meus medos e anseios
a noite trás o véu da solidão
e embala minha alma
com o frio da madrugada,
madrugada que me inspira
amanhecer que me renega.
A noite é um manto negro
manchado de estrelas.