O poema é feito de palavras
O poema é feito de palavras
Palavras são universos de sentidos
Os balidos dos cães
Sacodem os vidros das janelas
As vitrines mostram o belo
Mas escondem a exploração
Contida em cada bela mercadoria
As palavras se confundem
O poema escorre fel
No limite incerto
Em que o nada se faz
O poema se refaz
Tão fino é teia de aranha
No parapeito de um arranha céu
O que dizem as letras
Das músicas antigas?
Na catedral dos sentidos
As palavras fogem
Querem mesmo é ver o sol
E deixam o poema
Vazio e só a pedir
Me levem também