Nínive
O que tu entregastes ao celebrar o
Teu nascimento à beira do umbral
Mais sagrado e tu,
Que recebestes quando suspenso pela
Tua coragem suportou o desalinho
Impiedoso de teu próprio
Fogo?
O trio ainda tremula desde tua passagem,
Não jogaste o milho onde teus pés se arrastaram,
Agora, não dorme sem que teus olhos se afastem
Do afã de se fazer brasa e não pedregulho,
Mas essa pedra ainda é tua,
Teu maçarico intransigente não
Escreveu outro nome na face mais
Combalida, é preciso que antes da face
Emergir que olhe sem vacilar a tormenta
Que te levou tão longe, é precisa tocar
Sua pele, seus lábios, mesmo que fino em
Tua vida, honrar o desespero mais intranquilo,
Mar das desilusões mais sanguinárias,
Então poderá cantar a outra canção de Nínive,
E saber que tua pedra é também a tua benção