Da série "Poemas Holandeses": "Ofício de Poeta"
Justificam bastante uma existência
uns poucos poemas — mal cumprindo
funções marginais à força
para ganhar-se o pão e ir mal vivendo?
Por este ganha-pão se têm escorrido
dias com plena meta valedoura.
Por ele, acuso eu agora ao meu destino
que, ao ver seu fim, estranhe a minha carreira.
De tudo aquilo que busquei em meus sonhos,
pior: De tudo o que fui capaz,
não me tem restado um saldo a meu favor.
Mas, se quero ser franco, além de audaz,
não tenho nem a desculpa de estar sozinho,
pois que minhas poucas flores, belas são
Jakobus Cornelis Bloem,
Poeta holandês do século XX
no livro Antologia da Poesia Neerlandesa Moderna,
de Francisco Carrasquer
(texto bilingue, no original holandês e em espanhol)
El Bardo, Barcelona, 1971.
Versão brasileira (em língua portuguesa) de Cláudio Carvalho Fernandes.
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