A dança das canetas

A mim, restaram poemas para escrever.

De tudo que fiz na vida, uma caneta

Pobre em tintas e magra, rebolando

em papéis de pão fingindo-se de seda…

E ela gente.

E no fundo, resultado disso tudo

Bem no meio da caserna fria

Lá onde o coração semeia o sangue,

Uma figura humana rupestre

Cambaleia.

Sou eu, atrás de consertar

Palavras redigidas no tempo

Em que fui um homem errante

Numa vida comum.

Já houve dias

Em que o meu silêncio valia mais…

Hoje entrego versos impressos

Em paredes frias

Que mal contam uma história.

Paulo Roberto Benedito
Enviado por Paulo Roberto Benedito em 13/03/2024
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