GUERRA EUNIVERSAL

hoje serei o rio bravo

montanha abaixo

a dilacerar penedos

a engrumá-los

à bolina

até à foz

amanhã serei a fornalha

vulcão incandescente

a cuspir das entranhas

o visco destruidor

que cria maciços

depois serei o furacão

o vento feroz

que varre a terra

que leva a imundície

os pós, as cinzas, os estercos

o entulho todo

por fim serei descanso

numa poltrona, a baloiçar

à espera dos sonhos

que ainda guardo

enquanto

o vento suave

a chuva fresca

e os raios do sol

trazem de novo a vida

12-03-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 12/03/2024
Código do texto: T8018459
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