TEMPO DE AION

O tempo: é o Senhor atemporal da vida!

Recordo os ontens, em que me coexisti,

Lembranças arquivadas de idos vívidos.

Me possuo insaciável inevitável com Aion,

Pelos éons de Cronos, em tempo infinito.

O passado: retrovisor dos registros da mente!

Espaço/tempo que só se ilumina com luz de ré

Da recordação das coisas que deveras se projetou.

A caixa de câmbio do universo só tem marcha,

Para o futuro, tal flecha de Prigogine, a lançar

O instante: é fluxo iterativo cabal do novo devir!

A cega natureza evolui sem designer e porto.

Os sencientes têm interesses outros de Gaia,

Pois se apropriam da natureza para locupletar,

Evidenciando que a criatura devora o criador.

O agora: é curva de tendência social e pessoal!

Na qual não se muda o que foi, e nem o que se é.

Nas águas do rio da vida, vem de montante o saber,

E tem na inércia, seu volume, sua qualis e sua força.

No Jusante, sem guinada brusca, os ajustes são lentos.

O futuro: é sempre de complexidade assaz crescente!

Tanto para a matéria viva quanto para a senciência,

E sabe-se que sim, matéria e mente, são sinéquicos.

Aion permite diacronia e Cronos é de mais sincronia.

Sejamos Janus, com suas duas faces, a tudo perceverar.

O espaço: é o templo do real aqui e agora!

Nos sencientes abrolham os incorporais

Onde sentidos são creados, verbalizados,

Implementados em memes para a noosfera.

Juntos, os somatas e asomatas convivem

Cesar de Paula
Enviado por Cesar de Paula em 12/03/2024
Reeditado em 12/03/2024
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