DOS DOIS CEGOS
DOS DOIS CEGOS
Atrás dos olhos, uma represa;
Dentro, boiando a incerteza;
E na frente, a cega presença.
Num piscar de sorriso, tristeza;
Num brilho, a ferida acesa;
No sono, a lágrima que pensa.
Dois olhos para uma cegueira;
E por mais que eles não a queira,
Ela vem renegar a visão.
São só dois globos numa caveira;
Dois aros formando a viseira;
Dois sins apagados por um não.
Torre Três ( R P )
10_03_24