TEMPESTADE.

Dentro de mim, mora um sonho

Nas ondas do pensamento, ancorado

Vai perdendo, meu sonho, a morada

Feito um barquinho de papel...

Na escassez do que me resta

Tento o traçado dum destino

Por onde morre-se nada

Por onde vive-se tudo

Dentro de mim, ancorado, vive um sonho

Entre marés, montanhas e horizontes

Navega-me ás noites

Ancora-se ás manhãs

Dentro de mim, morou um sonho

Desancorado em tempestade

Naufragou-se em água e sal.

Elenice Bastos.