NAVIO FANTASMA
Segue o vulto navegando
Sem leme nas águas vagando
Apenas boiando, boiando, boiando...
Serve-se de qualquer direção
Solto, disperso na vastidão
Ponto perdido na imensidão
Convés vazio de marinheiros
Morada de pássaros, poleiro
Ferrugem lhe comendo por inteiro
Antes tivesse naufragado
Sob as ondas houvesse afundado
Dormindo em leito, deitado
Mas segue como um zumbi
Sem pouso, ora aqui ora ali
Sonha encontrar uma paragem
Terminar o constante partir
Sonha com abismo e nele cair
Pôr um fim a sua triste viagem