Hiato de amor
Entre o começo...
E o fim... Há o meio...
Onde tudo acontece
No conteúdo que aparece
Resplandece... Aquece... Fenece
No barulho ou no silêncio da prece
O hiato tem seu jeito
Se veste... Toca o peito
Bole com a cabeça
Entontece... Enlouquece
Faz gato e sapato
Do pobre coração
É uma festa... Estrepolia
Corre pelas entranhas...
Assanha suave a pele
Viaja veloz pelas veias
Acende as centelhas
No mágico ritmo do toque
Esvoaça com graça...
Estremece a cama
Tudo rola... Embola
Enrolam os lençois
Em atos contínuos
Preenche os vazios
Do espaço inerte
Saciado... Quieto...
Adormecem...Felizes!
Hildebrando Menezes