UM ALVOROÇO!

nada me ocorre

senão encolher-me

e pernoitar nesta rua

esteira solene

do poeta em latência

há pouco atrás

segurava um verso

e num tropeço

emudeceu

senti que não estava preparado

de que valeria ser apenas palavras?

não que as desdenhe

mas ser só palavras?

e mais que não foi minha a recusa...

não sou o carrasco infiel!

então que dormite

no sono contundente

e há-de renascer

talvez como aurora

como luar

ou como suave crepúsculo

um dia brando

quem sabe um ruído de escuridão

ou uma noite fria

contando que as palavras sejam

um alvoroço!

04-03-2024

AlexandreCosta
Enviado por AlexandreCosta em 03/03/2024
Reeditado em 04/03/2024
Código do texto: T8012049
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