Desabar "a doer"...

Na minha vida, é que doeu!

Na minha vida, é que se fez ardendo...

E eu que tanto tinha visto, a beleza...

É de tanta beleza...

Que na minha frente, foi um desabar...

E o maior desabafo, foi o que eu nem sei se aconteceu...

Eu nunca soube, porque as lembranças do que eu não queria lembrar, me fizeram esquecer...

E vivi, porque ninguém vive...

E eu choro, sempre que me pergunto porque nunca senti, o que me disseram, mas senti o que vi...

É muito pensamento, para uma mente que seria algo tão comum...

Comum, porque somos limitados, pela carne...

Mas, no meu momento, do que presenciei naquela mente, que alheia de mim, era minha....

Naquela mente, que tão genial, imaginava que no mundo tão sem espelho, não se viam na maior façanha que já percebi...

Mas, é se afogando que se chegou...

E ainda, estamos aqui...

Mas, é sem a vida, que viveram no que não adiantou..

É a minha parte, na parte que fomos e nunca seremos de tantos, que não sabemos...

É a minha vida...

E dói...

É a minha e não é...

Porque, nada que se chame, foi...

Nada, que me atormente...

É...

Porque, por aqui...

É por dentro...

E jamais, sarou...

Que a minha ânsia, e que mata e me faz perceber que a vida entre a morte, são a mesma coisa...

É a mesma linha, do sacrifício de quem pensou...

Que a minha mãe, a mulher dos anos mais temidos...

E se o meu luto, é por quem só conseguiu saber da vida, porque não viveu mais e viu...

Que o doido, de dentro da minha casa, gritava e sentia o que agora eu sinto.

O que eu não sabia, e fui sabendo que por medo do meu desânimo frequente...

No sofrimento, que é a palavra que sempre dizem, sempre sentem...

Mas, é único!

Que, o quê!

É assim, que se diz que o maior maluco, nunca soube que ouvindo a própria aflição, fez demais...

Fez, e muito!

Que não viveu, mas vivendo!

Maldito!

É o meu mundo, desequilibrado, e acanhado na ilusão de uma maestria que virou a minha grande perfeição...

É a loucura, mais bonita...

É a minha santa imperfeição...

Que a mais perfeita, desenhou minha beleza...

Que a mais sincera, me fez ser o sonho mais certo, na terra do meu erro...

É o sonho!

É rei!

É o santo!

É ele!

É tudo o que não vai...

É tudo, na minha lucidez, que não vista a minha mente, já fez as peças de teatro, mais cobiçadas...

Que se não eu, por querer ver até onde chegará...

Gisele Maria
Enviado por Gisele Maria em 03/03/2024
Reeditado em 03/03/2024
Código do texto: T8011833
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