Tonante
A chuva fina que cai sobre
meus medos que clamam por horizontes
os passos riem da cara da incerteza
choram por uma noite assombrada de neve púrpura
abrem fissuras na incógnita da morte
e poemas viram ventos nas armadilhas de sangue
E o corpo cego e destemido como fadas
cospe o inevitável da garganta de aço
demole o antídoto torto das palavras
que ainda rompe o imaginário secreto
deslocando a inquietude das pedras
que arrancam flores incestas
E a dor que rima
na envergadura das ondas
o cheiro da lágrima triste me leva
ao sol das geleiras azuis
finca a leveza do caos tonante
e debruça em meus sonhos verticais...