O PAPEL É PAM

Eu achei que era

só abrir o papel em

minha frente, que

o papel era meu…

Mulher de mochila

Coca-cola correndo

nas veias…

Homem de olho

torto me olha eu desvio

o olhar…

Garotão de óculos

escuros, se achando se querendo

se encontra n’algum lugar…

"não é porque você tem

um monte de trigo na barriga

que você virou um Pão, meu amigo."

Suco de goiaba?

Vai?

Ou qualquer casal

que passasse em minha

frente… se adorando.

… O sumo. O sol…

O sofrimento… As Ladeiras…

E as folhas, gravetos, folhetos…

as cartinhas de amor.

O vento comprado num

supermercado, e um “VIVA!”

à classe média, moderada

e moderna. Circo Psicótico…

O rock da banda Beijo,

Beijo, Circo psicótico,

Rock and Roll a noite toda.

Um beijo pra vocês!…

Banda Beijo.

Eu achei que era

só abrir o papel em

minha frente e

“Tcham”

Alguma coisa saía…

[Eu errei]

Eu achei que

o papel era meu

Mas…

O papel era Pam.

O papel era Trans.

O papel era "Bye!"

O papel era "Adeus"!

O papel, não é meu.

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 02/03/2024
Código do texto: T8011272
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