DO INOMINÁVEL
DO INOMINÁVEL
Escorre, e num sentir tão sonolento,
aquilo que não dorme sono tranquilo...
aquilo que não está nunca atento
ao que possa, o desperto, senti-lo.
Escorre, num tão líquido sentimento,
que não se sabe jeito para carpi-lo;
e nem como usar as asas do vento
prum voo atento a tudo aquilo...
Aquilo que, sem ter apetite, come;
e que apetece o dia inteiro...
que pede mais que a sede...que a fome...
que escorre, assim, feito um ribeiro...
que flui dentro, feito um desfiladeiro;
entre montanhas de um sentir sem nome.
Torre Três ( R P )
01_03_24