A ÚLTIMA LIRA
Hoje não estou cabendo dentro de mim
Há fagulhas sendo atiçadas com torpor
Queimando profundo todo meu interior
Já não tenho forças para suportar meu fim!
Meus olhos de insectos estão cegos
Minhas mandíbulas arrastam pelo chão
Minha língua é um tapete de vermelhidão
Desenrolada na penumbra dos meus egos
O mundo gira e minha cabeça se atira
Nas profundezas dos meus desenganos
Procurando no mais fundo dos oceanos
Uma resposta digna ou quem sabe a última lira!
Talvez ela não esteja assim tão próxima
E nem seja capaz de reverter a situação
Mas a lira que lira a vida no meu coração
Há de livrar minha alma da ira da destruição!
Edbento