A ÚLTIMA LIRA

Hoje não estou cabendo dentro de mim

Há fagulhas sendo atiçadas com torpor

Queimando profundo todo meu interior

Já não tenho forças para suportar meu fim!

Meus olhos de insectos estão cegos

Minhas mandíbulas arrastam pelo chão

Minha língua é um tapete de vermelhidão

Desenrolada na penumbra dos meus egos

O mundo gira e minha cabeça se atira

Nas profundezas dos meus desenganos

Procurando no mais fundo dos oceanos

Uma resposta digna ou quem sabe a última lira!

Talvez ela não esteja assim tão próxima

E nem seja capaz de reverter a situação

Mas a lira que lira a vida no meu coração

Há de livrar minha alma da ira da destruição!

Edbento

Edbento Silva
Enviado por Edbento Silva em 29/02/2024
Código do texto: T8009924
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