A menina que compôs a canção
Lágrimas que teceram o firmamento
Vozes que embalam o anjo insone
A arquitetura de um sonho, de um momento
Presa na mente daquele que ainda não tem nome
Uma legacia de estrelas a vagar
Por entre imagens de um passado desconhecido
Uma poesia escrita para romantizar
O que o coração acha ter merecido
Há um mundo de devaneios infantis
Materializando-se em minhas canções
Mas apenas a criança em mim o desenha perfeito
Pois a vida que eu vivo
Não é compatível com as minhas ilusões
Meu anjo da guarda, casto e protetor
Não me mostre os sonhos que eu tive quando menina
Nem a magia que eu conheci com o amor
Desperte em mim qualquer bondade que ainda me restar
Presenteie-me com uma alma doce e secular
E faça minha música iludir apenas a mim
Os dedos que apontaram o horizonte inteiro
Os lábios que beijaram o vento da mudança
Conhecem a intuição de uma estrela que nasceu primeiro
E a imaginação que flui do coração de uma criança
Cante comigo essa harmonia perfeita
Não há paixão que possa ser medida
Por promessas que nunca vão durar
Não abandone a criança que ainda vive
Pois é dela que provém sua inspiração
Há um caminho íngreme nesta mente
Um devaneio novo e entorpecente
Fazendo-me acreditar que a esperança dentro de mim
Gerou a menina que escreveu essa canção