descampados

Descampados, o campo recebe o sol e se

Delicia com suas delícias, saltamos para o seu

Arrebol, somos os cascos do cavalo mais assombrados,

Extremo e esparramados jogamos palavras em direção aos outros

Que as receberá e as dirá como um rebento no despenhadeiro inseguro,

Amo, e meu amor conjura os corpos mais precipitados, e damos e nos

Recebemos, amar é uma iguaria das mais elegantes, finda, e quando

Alimentados, somos a fruta e seu sumo e a boca que a devora, existimos

No ventre do outro enquanto o não criado retorna para gritar os nossos nomes,

Então animados corremos à beira do rio caudaloso, e o céu espelha sua imagem

E belos pássaros tornam a água turva e o nosso coração desajeitado, mergulho

Ou não mergulho ou somente sorvamos a imagem idílica e nos fazemos o céu

E a terra se encontrando na hora do almoço, sabemos da noite, da sombra, das

Queda e da exaustão de querer voltar, dos mortos, dos doentes, dos loucos, daqueles

Que não pensa antes de fazer do seu caminho um troféu de sangue e agonia, com

Tudo isso entramos na água, e no seu fundo somos apenas nós e o gesto agora silenciado,

A água nos corre ao redor, somos e estamos, o vendaval à tarde vão bater as janelas

E derrubar algumas árvores, há o que não saberão do que se trata, outros, homens

Encarnados pela dor, apenas saberá que a vida fala alto às vezes