Poema "PROPOSTA" e outros Poemas de Elias Paz e Silva, Poeta piauiense                        

 

 

 

Poema "PROPOSTA" e outros Poemas de Elias Paz e Silva, Poeta piauiense. 

 

 

PROPOSTA

 

 

o dia foi duro amor
mais valia o suor da labuta
e a proposta de outro sol
como desculpa

 

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QUESTÃO DE LINGUAGEM 

 

 

poeta
dobre a língua
senão
a palavra míngua

 

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Elias Paz e Silva

 

Do livro "Poemas":

 

HAICAI NO ÓCIO

 

 

Dando-se
nó no tempo
acaba-se desatando vento.

 

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DIÁLOGO

 

 

filtramos o cansaço
em palavras,
o sono cai gota-a-gota,
a noite escorrega em luz:
eu e o poema,
num diálogo de equívocos.

 

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HAICAI DE GRAÇA

 

 

Teus olhos
Lentos me dizem tudo,
Meu coração acelera mudo.

 

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Elias Paz e Silva

De Poemário I:

 

ANA

 

 

não há
palavras para serem ditas
nem gestos
que denunciem qualquer lirismo
não há
beijos para serem acordados
nem olhares
para o álbum de recordações
não há
desejos para serem entregues
nem adeuses
não ensaiados
Há, sim,
prenúncio de chuva nas nuvens

 

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MINHA RUA

 

 

onde os bêbados
transitam incertos no cair
da noite

 

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SEM COMENTÁRIOS

 

 

(um corpo estraçalhado
no asfalto,
dezenas de pessoas em círculo
se refletindo
nas poças de sangue)

 

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Elias Paz e Silva

De Poemário II:

 

 

BREVIÁRIO

 

 

satélites
patrulham o espaço
eu me movo como passo
entre a província e o mundo

 

.............

 

PROPOSTA

 

 

o dia foi duro amor
mais valia o suor da labuta
e a proposta de outro sol
como desculpa

 

.............

 

QUESTÃO DE LINGUAGEM 

 

 

poeta,
dobre a língua
senão
a palavra míngua

 

.............

 

BREVIÁRIO II

 

 

a bundinha a bunda
rebelde em laicra cinza
me devolve à luz em meio
aos pequenos precipícios diários
(nos meus olhos
mais que desejo
ADMIRAÇÃO)

 

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BUCÓLICO E FÁLICO

 

 

logo o gozo
farfalha na folha falo
de vento

 

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HAI-KAI IV

 

 

o bicho da seda
tece tece tece
a noite amanhece

 

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RELICÁRIO

 

 

menina foi-se o tempo em que
minhas mãos eram formas para teus seios
e minha língua ardente lã sobre tua pele
e eu tatuava em ti toda a sorte de carinhos

 

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CUPIM

 

 

o cupim
os livr    s
   s car  as
a    r   vis   a

o cupim
o pas   ad
o present 

o cupim
a poe   r 
a mem   r   a
a d  cla  cã   d   amor 

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Poeta piauiense Elias Paz e Silva


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DESEJO

 

 

meio-dia
a fome de você me come
à mesa posta
mastigo em mim lembranças tuas:
beijos sussurros gemidos
no canto do prato
o rítmo ávido da noite em descompasso:
teu corpo a delirar o meu
digressão de carícias

 

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MINHA MÃO ESMAGA

 

 

minha mão esmaga
a fantasia de todos os homens
e cambaleia salpicada de suor
minha mão modela
palavras e crispa os dedos
reinventando manhãs
minha mão escreve
(nos esgotos da cidade)
um poema tão grande
como a esperança

 

 

Poeta piauiense Elias Paz e Silva 

 

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Elias Paz e Silva, Poeta piauiense


Dobaliana

 

 

lembrança de curral
na tarde oval
feixe de palavras
sobre o verão de arder

ao sol seca o tempo

chove o silêncio
na "cidade infante").

 

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linguagem

 

 

me comove
a linguagem do carinho

 

a vida não é só
espinho


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Poeta piauiense Elias Paz e Silva 

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