Sou Sentido

Nas brumas do verbo, te encontro, fulgurante,

Sinestesia em dança, um bailado delirante.

Significado e som, em abraço apertado,

Desvendando o enigma, num passo compassado.

A semente da ironia, no solo fértil da sátira,

Germina humor ácido, que a hipocrisia dilacera.

Com sarcasmo afiado, corto a ilusão tecida,

E a verdade nua, sob o riso, é esculpida.

O paradoxo brinca, em jogos de palavras,

Contorcendo o sentido, em acrobacias bizarras.

O oxímoro tece, em manto multicolorido,

A beleza do contraste, num verso comovido.

A antonomásia, com voz poderosa,

Eleva o comum, à grandeza gloriosa.

E a metonímia, em elo sutil e secreto,

Transfere o significado, num enlace discreto.

A prosopopeia dá vida ao inanimado,

Em sopro de alma, num verso animado.

E a sinestesia, em toque mágico e audacioso,

Funde os sentidos, num turbilhão harmonioso.

Na sinfonia da linguagem, me perco e me encontro,

Nas nuances do verbo, meu ser se faz desdobro.

Sou o riso e a lágrima, a ironia e a emoção,

Sou a dança das palavras, em eterna mutação.

Sou o sentido que emerge, da sombra e da luz,

Do verso rebuscado, à frase que seduz.

Sou a voz que te encanta, o enigma a decifrar,

Sou a poesia que pulsa, em cada verbo a vibrar.

hewie
Enviado por hewie em 26/02/2024
Código do texto: T8007979
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