Tão só poesia
Veja bem se não é a poesia uma ciranda
Onde dançam faceiras as meias palavras
E as palavras inteiras
Aos olhos de quem lê, música
Rima perfeita
Bailante, encima às linhas
Fascinante
Rumas de palavras, ornas ou desafeitas
Devaneador encontro, íntimo este
De mentes inquietas e mãos arteiras
Do sobejado sentir dante os papéis
Testemunhantes silenciosos
Da rendição dum homem qualquer
A transbordar com paixão
Nas metáforas explicitas
Implícita, a sua razão
Decerto é também, a poesia
Dentre arranjos líricos, às vezes, desarranjo
Espasmos de loucura,
Amor, exagero
Devoção e doçura
Do criador, esmero
Enleado de percepções intimistas
O mais profundo sentir
Dentre os sentidos já sabidos
Um constante revirar-se ao avesso
Na ânsia de um verso
O que é a poesia, senão um singular universo?