Toca em braile pra mim
Eu lembrei que eu tinha pavor de olhar um cavalo nos olhos, se o cavalo olhasse pra mim, eu morreria.
Para mim, uma pessoa sem rosto, eu ficava sem olhos.
Isso me apavorava e eu desejava um rosto.
É uma busca, de quem não me vê e não me olha.
Eu não tenho mais tanto medo, desses olhos
E, não tinha medo, dessa encarada nos olhos
Esse medo, era a imagem e a miragem dos seus olhos
Mas quem são esses olhos?
Talvez, esses olhos pra mim era eu, eu me via e ficava apavorada de mim.
Que medo, que pavor!
Quem sou eu? A louca? A puta? Nenhuma delas ou todas elas?
Nesse tempo, em relação aos cavalos eu sentava, e muito, e dessa forma eu não tinha medo, porque eu me usava e me abusava, até de mim, nessa sentada.
E aí, dessa forma eu não ficava sentada nem calada...
Eram os olhos que eu tinha medo, e o rosto, e ainda tenho, ás vezes.
Mas, esses olhos e esse rosto, às vezes, me se cegam.
Então, o que posso fazer é escrever em braile, para tocar com você, mas mesmo assim, você só me ler, mas não em braile.
Então, eu toco músicas para você.