Toca em braile pra mim

Eu lembrei que eu tinha pavor de olhar um cavalo nos olhos, se o cavalo olhasse pra mim, eu morreria.

Para mim, uma pessoa sem rosto, eu ficava sem olhos.

Isso me apavorava e eu desejava um rosto.

É uma busca, de quem não me vê e não me olha.

Eu não tenho mais tanto medo, desses olhos

E, não tinha medo, dessa encarada nos olhos

Esse medo, era a imagem e a miragem dos seus olhos

Mas quem são esses olhos?

Talvez, esses olhos pra mim era eu, eu me via e ficava apavorada de mim.

Que medo, que pavor!

Quem sou eu? A louca? A puta? Nenhuma delas ou todas elas?

Nesse tempo, em relação aos cavalos eu sentava, e muito, e dessa forma eu não tinha medo, porque eu me usava e me abusava, até de mim, nessa sentada.

E aí, dessa forma eu não ficava sentada nem calada...

Eram os olhos que eu tinha medo, e o rosto, e ainda tenho, ás vezes.

Mas, esses olhos e esse rosto, às vezes, me se cegam.

Então, o que posso fazer é escrever em braile, para tocar com você, mas mesmo assim, você só me ler, mas não em braile.

Então, eu toco músicas para você.

Vanessa Missena (psicopoetisaa)
Enviado por Vanessa Missena (psicopoetisaa) em 25/02/2024
Reeditado em 25/02/2024
Código do texto: T8007167
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