Há dias
Há dias que a alma sangra
Há dias que as lágrimas tostam os poros como labaredas
Há dias que os rios secam petrificados como poeiras vagas aos ventos
Há dias que os instantes ardem, queimam...
Há dias que falta fôlego
Falta o ar nas artérias
Falta sangue nas veias
Sobra sorriso seco fastioso
Sobra tristeza nas esquinas
Há dias que não são dias
Há noites que não são escuras
Há momentos ocos toscos
tontos lentos lerdos
Há dias entupidos de dor
Amargos