Os Dias que não virão
Você tem todo o direito de discordar\
Mas nesse momento\
Vejo que os tolos andam com tolos\
E os homens estão a procurar sem se entender\
Querem incriminar, quem ainda vai nascer\
Escravizam os que tem dono\
Fazem você crer, que tem poder\
Matam de fome os que tem nome\
E se alegram quando enganam, quem já vive na miséria\
Vivem a se escandalizar\
Porque entendem, que a imoralidade é salutar\
Num ambiente nocivo\
Desumildes, reagem as regras, por acharem difícil se enquadrar\
Compram os exaltados pra nada mudar\
Esse reino, que democracia\
É só pra enganar\
O que há de liberdade\
Falar por falar\
Precisamos entender\
No seu âmago, só querem o poder\
Que brilha incandescente no alto da cabeça desses viciados\
Lamento dizer\
Mas você\
Que fica entrincheirado nas indignações\
A alinhavar noticias\
E a sofrer com decepções\
Pode até chamar os bêbedos de alienados\
Os inertes e neutros de tapados\
Os contrários de safados\
Porém\
Nunca conseguirá dar ao passo da boca uma direção\
Rumo a revolução\
Buscando o sonho de igualdade\
No meio de tantos desiguais\
Esses dias vão aparecer\
Mas nunca sairão as ruas\
Um ou outro de muitos, que carregam com altivez a bandeira\
Marchara sempre lado a lado com o mercado\
Por que\
Há por que\
Porque você mesmo deve se perguntar e dizer\
Agora vale apresentar a história, Joaquim Silvério\
E o filho do pai, que sem o justo julgo\
Foi assassinado\
Por evidenciar a injustiça desse presente no passado\
Porque atrás desse legado há um rio enlameado\
Ademais, quem aponta pro espelho\
E não se vê\
Na hora da morte está a verdadeira face do que digo\
Olhe em volta, o perigo\
A música, o rádio e a tv\
Redes sociais e jornais a bel prazer\
O direito comprometido com a hipocrisia\
O sistema não é de Raimundo e Marias\
Na hora do pau\
Cada um olhando o seu quintal\
Puxando a cadeira pro seu gestor\
Ô por favor\
Não me faça sentir dor antes de morrer\
Porque tudo aqui na mesa\
Não passa de uma medida, que o dinheiro faz o cego ler\
Há que se considerar as relevâncias\
As certezas e esperanças\
Pra se sobreviver\
Não que por sermos políticos\
Não devamos fazer\
Não que por não sermos religiosos\
Não possamos orar\
Porque na hora do desespero até o agnóstico\
Até o ateu, são capazes de ajoelhar\
No entanto, pugno pelo bom senso\
Não a maioria\
Todavia, nessa existência\
Sempre estaremos sem lenço nem documento\
Proibindo as traições\
Condenando a corrupção\
Mas direta ou indiretamente\
Participando delas fora de nossas casas\
Nessa capital\
Chamada inferno\
Me esmero\
Pra não enveredar para o mal\
Visto que aqui ou ali sempre tem alguém\
Postando a corrupção como ato normal\
Fechando contrato, asfaltando sua rua\
Pra promover-se no enterro\
Então cuide do seu estado\
Misture as suas mãos a terra\
Trabalhe o seu arado\
Faça as sua plantação\
Enquanto tiver forças\
Porque nesse tempo do fim\
Ai de quem\
Acreditar, que a justiça dos homens acontecerá\
Nas ruas da trevas\