Do(r) interior
Quando venho ao interior
Me reconecto com o passado
As lembranças felizes tocam
Um ser hoje destroçado
Lembro das pessoas
Da inocência maliciosa
Dos desejos e do poder
Da beleza graciosa
Lembro que começava a aprender
A desbravar e conhecer
Lembro das frustrações
Quão leves eram as decepções
Uma festa perdida
Uma raiva de momento
Uma bobagem falada
A incompreensão do sentimento
Vejo as serras ao redor
Que desbravava-as sem medo
Imaginando novos mundos
Revelados de um segredo
Amigos felizes, nas brigas e nas crises
Tudo tão leve, tão relevante
Uma cidade calma, onde o pior
Estava numa realidade distante
Hoje a cidade mudou,
As ruas estão pulsantes
E agora eu sou forasteiro
Desse lar de tempos distantes