As sete virtudes humanas

A Rua das Virtudes tem sete casas, lado a lado

Em cada casinha mora uma mulher solitária,

Solteironas, todas procuram um namorado

Muitas vezes se visitam, se apóiam, solidárias

Fé é uma mulher magra, de aparência tacanha

Que passa os dias entre terços e a oração

Mas não se engane pela frágil aceitação

Dizem que ela, sozinha, remove montanhas.

Caridade é uma senhora poderosa

Muito ágil, mas avançada em idade

Não mede esforços, tão amorosa

Para ajudar toda a humanidade

Esperança é uma mulher avantajada

Está sempre em casa, em seu verde quimono

Ficou gorda de tanto esperar sentada

Que a florida primavera suceda logo o outono

Prudência é calma, lenta e cuidadosa

Sempre age com muita cautela

Dizem por aí que é assim de medrosa

Pura intriga de gente tagarela

Temperança tem personalidade diferente

Ganha a vida como equilibrista

Avalia com equilíbrio o ambiente

E toma a melhor decisão, otimista

Justiça é uma mulher afeita à batalha

Legalidade e Igualdade são seus dois ajudantes

Sua missão é garantir a harmonia entre os habitantes

Que a aguardam ansiosos: ela tarda, mas não falha

Força é capaz de alterar o estado de movimento

Os seus sobrenomes são Energia e Trabalho

Não se usar em vão é seu maior tormento

Não pode jamais confundir alho com bugalho....

A sabedoria popular é muito curiosa

Sete são as virtudes humanas,

Todas femininas, plenas, soberanas,

Já os sete pecados capitais

São todos masculinos e universais.

Texto publicado originalmente em outubro de 2007

Maria Paula Alvim
Enviado por Maria Paula Alvim em 02/01/2008
Reeditado em 22/01/2008
Código do texto: T800627
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