NOITES ENLUARADAS
Por entre os suspiros do tempo,
Donde o baforado vento ecoa,
Fujo, dentro de meu templo,
Mímico, aludindo minha proa.
Vem, noite, minha concubina,
Me moro no breu de seu seio,
Titereando minh'alma felina,
Na ribalta lúgubre do anseio.
Quero sorver parca esperança,
Debruçado lato sobre meu Ser,
Roteirizando nu, com perseverança,
As entranhas do vilão padecer.
E entre os papiros da saudade,
Onde gavetas são devassadas...
Fossilizando penosa felicidade,
Sonhando, noites enluaradas.
Vai, fadário, de bengala branca,
Tateando ledo, informe, fruindo
Atemporal, rumo a faina franca,
Integrando, sempre se permitindo