TROCA DE ESTAÇÃO
TROCA DE ESTAÇÃO
Enquanto o outono não chega
Rendo-me ao ocaso do verão
Entre suores d’uma refrega
De amores em ilusão
Foram-se os calores e arrepios
Os cantos e encantos apenas pios
E qual folhas em galhos ressecados
Ao chão vão sem volta os pecados
Apenas lembranças armazenadas
Em estações passadas
Que agora sumiram de horizonte
Ficam para implodir a ponte
Jogando por terra o desejo
E por mais que exista o ensejo
Não há resposta corpórea vigorosa
Capaz de aplacar as angustiosas
Saudades das eras antes amorosas