LIMITAÇÃO
Quero gritar!
Tenho, porém a voz presa na garganta,
esse brado que cresce, se agiganta.
e parece que vai extravasar,
morre em seu ímpeto, emudece,
lentamente defina e esmorece,
não expele, sequer, um murmurar.
O que será tolhe-me, assim, a liberdade
de dizer o que sinto de improviso,
e me faz calar tímido e indeciso?
Forçoso é confessar a crua realidade.
O que tolhe em mim a liberdade
é somente a falta de expressão,
que tenta e luta em vão,
neste mundo louco e insano,
superar sua própria condição de ser humano.
. . .
Deley
SILÊNCIO
Alma subdividida,
Pesada – perdida,
Vagando na vastidão,
Derramando amargura,
Condenada à loucura,
Estranha sensação,
Rima imperfeita,
Imprecisão,
Dor que se ajeita,
Se oferece ao ser,
Alma com vontade,
Ainda que provisória,
De se refazer,
Se posicionar na historia,
Abrir a realidade,
Com sônica sonoridade,
Se livrar do talvez,
Que se agita no leito.
Não tem jeito;
Alma errando em ladeiras,
Setas que conduzem ao nada,
Assiste calada,
O fim demais um mês,
O tempo com intrepidez,
Destruir fronteiras.
#Memorial Recantista#