NO MEU PEITO
No meu peito moram rajadas
Tumultos de vento e de brisa
Soprando essas velas alçadas
Que ao barco-papel dão guinadas
À sorte nos mares que batiza
No meu peito existe um rio
Nascente como o infinito
Desce escorreito por cio
Aos vales brancos e o brio
É chegar ao mar como grito
No meu peito há um fogo inquieto
Qual lavra da lenha de ser
Que cospe centelhas sem veto
Como mar de chamas incerto
Folha, cinza, depois de arder!
21-02-2024