BARCO DE PAPEL
A enxurrada da chuva
Cortou o silêncio da madrugada.
Marulho que ouço desde a infância,
Quando fazia barquinhos
De papel para a água levar.
Farei de novo um barquinho para brincar.
Mas, que bobagem, pensei,
Um adulto me tornei.
Adultos não fazem barcos de papel.
A criança em mim rebateu:
"Ainda estou aqui, o menino não morreu".