BARCO DE PAPEL

A enxurrada da chuva

Cortou o silêncio da madrugada.

Marulho que ouço desde a infância,

Quando fazia barquinhos

De papel para a água levar.

Farei de novo um barquinho para brincar.

Mas, que bobagem, pensei,

Um adulto me tornei.

Adultos não fazem barcos de papel.

A criança em mim rebateu:

"Ainda estou aqui, o menino não morreu".

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 21/02/2024
Código do texto: T8003545
Classificação de conteúdo: seguro