Feitiço Paraense
A paraense é mais/
Ou menos assim/
Uma simples Iara/
Um pedaço tupi guarani/
Com cabelos negros a estontear/
Toda iluminada de pedras e jasmim/
Cheirando a flores da Amazônia/
Cuja pele açaí/
Segue como mel nas veias/
Num andar de curvas e ritmos/
Maliciosamente sedutoras/
Como essa baia do Guajará/
Que deixa quem a viu passar/
Sob efeito dos encantamentos dessa terra /
Voa numa sensação profunda/
Aí do forasteiro/
Que se deixar levar/
A paraense é mais/
Ou menos assim/
Uma inocente menina/
Um pedaço tupi guarani/
Com cabelos negros a estontear/
Toda iluminada de pedras com patchouli/
Natural como a gota de orvalho na orquídea/
Cujos olhos castanhos/
Cujos olhos negros de felina/
Te mundia/
Até te persuadir /
Até perderes os sentidos /
E ficares sem reagir/
Aí de ti/
Que permitires o beijo/
Emulsão jambú tucumã bacuri/
Envenenado tu vais querer insistir/
Se deitares, na rede ou esteira/
A descansar pra ouvir a chuva passageira/
Se te deixares ao calor dos braços/
A sombra da mangueira/
Pra te acolher/
Te despede/
Nunca mais irás esquecer/
Vais até o fim no prazer/
Sem juízo, irás te viciar no tucupi/
Aí não dá mais pra curar/
Estarás apaixonado pelo Pará/