Autocensura
Eu,
Revoltado,
Pela pressão por todo lado,
Querendo sumir,
Fugir,
Sair,
Deste sistema refutado.
Ouvi Racionais,
Dizendo que até Jesus chorou,
E de joelhos ao chão,
Também o pranto rolou,
Clamei para olhar por mim,
E sentir Seu amor.
Sem paz,
Batalha quase perdida,
Angústia,
Porém fui salvo pelo rap,
De um ex revoltado Emicida.
“Levanta e anda”,
Vou escrever à exaustão.
Uma batalha perdida,
Auto estima destruída,
E vou curando as feridas,
Mantendo a cabeça erguida,
Apesar de armas,
Reduzidas,
Mas as trago na mão.
Se o dinheiro não chega,
Minhas palavras são mudas,
Sem aplausos,
Sem plateia,
Mas a esperança,
Em mim inunda.
Vou escrever às estrelas,
Recitar versos pra lua,
E ter o sol como guia,
Quem sabe um Deus,
Me escuta.
Rasgar a raiva do peito,
Expor as minhas loucuras,
Verdades desequilibradas,
Que uso como armadura,
Xangô governa,
Me cura.
Abala,
Mas não a deixo,
Escrever,
Minha fissura,
Poeta é identidade,
Nada de nomenclatura,
Palavras são liberdade,
À minha autocensura.