Autocensura

Eu,

Revoltado,

Pela pressão por todo lado,

Querendo sumir,

Fugir,

Sair,

Deste sistema refutado.

Ouvi Racionais,

Dizendo que até Jesus chorou,

E de joelhos ao chão,

Também o pranto rolou,

Clamei para olhar por mim,

E sentir Seu amor.

Sem paz,

Batalha quase perdida,

Angústia,

Porém fui salvo pelo rap,

De um ex revoltado Emicida.

“Levanta e anda”,

Vou escrever à exaustão.

Uma batalha perdida,

Auto estima destruída,

E vou curando as feridas,

Mantendo a cabeça erguida,

Apesar de armas,

Reduzidas,

Mas as trago na mão.

Se o dinheiro não chega,

Minhas palavras são mudas,

Sem aplausos,

Sem plateia,

Mas a esperança,

Em mim inunda.

Vou escrever às estrelas,

Recitar versos pra lua,

E ter o sol como guia,

Quem sabe um Deus,

Me escuta.

Rasgar a raiva do peito,

Expor as minhas loucuras,

Verdades desequilibradas,

Que uso como armadura,

Xangô governa,

Me cura.

Abala,

Mas não a deixo,

Escrever,

Minha fissura,

Poeta é identidade,

Nada de nomenclatura,

Palavras são liberdade,

À minha autocensura.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 19/02/2024
Reeditado em 19/02/2024
Código do texto: T8002598
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