viver
Ascender ou cair, duas vias
atravessam o território incerto,
Caminhar ao longo da orla ou agarrar-se, com ímpeto, ao corrimão do desejo, ainda assim,
Nenhuma viagem murmura a substância da verdade, jovem, nem desvenda
Que destino se revelará aos seus olhos
ao encontrar descanso, em um ramo
Quebrado, na chuva arrastada pela noite, folhas ao vento,
O asfalto, ainda úmido, enganoso para os
Que avançam velozes em seus veículos, ou se escondem nas trincheiras,
Evadindo-se de um viver outro, somos o arco, e a tensão
É moldada pelo anseio do disparo que é viver de acordo
Com a onda mais avassaladora, imprecisa, sonora, perfumada de verdes,
Olhares que voam e um estremecer de saber que o sangue
Corre à noite e pelas trepadeiras que ascendem à janela em
Busca do sol, armados de braços e pernas, com os olhos
Costurados à boca, onde os dentes e a língua do cosmos se
Entrelaçam em cada palavra e a exprimem pelos lábios ou por sua
Queda retumbante, pois sem amor nenhum esforço vale a pena
Senão abrir a janela e inalar do campo aberto seu aroma
De água e terra, e o sol que nos fende durante o dia.