Violeta
A vida que se leva;
A vida que se leva,
Não garante aos filhos o sorriso do amanhã.
É um grito aqui,
É um grito acolá.
Ninguém enxerga além dos próprios pés.
Ainda há chuva que faz o hálito do campo;
Ainda há no gapó a festa da vida, que se renova;
Ainda há a luz na escuridão;
Ainda há na brisa, que caminha na direção da janela
E um sol que reparte as ópiniões em dúvidas,
Mas a vida que se leva,
Mas a vida que se leva...
Não garante a idade do planeta.
E eu não quero ficar para pedra,
Não quero estar aqui,
Quando o sol violeta nascer;
Quando a chuva ácida queimar o solo;
Quando o ar contaminado mover-se do lado de fora do mundo;
Quando a água estiver contaminada e
Quando as pessoas, que a gente não pode crêr,
Se fizerem deformadas.
Hoje vale dizer que ainda estamos por aqui.
E se quisermos mudar o futuro temos que unir as mãos
Para inventar uma nova maneira de sermos irmãos.
Antes que tudo se apague...
Vale a pena morrer por uma causa justa, a vida.