Violeta

A vida que se leva;

A vida que se leva,

Não garante aos filhos o sorriso do amanhã.

É um grito aqui,

É um grito acolá.

Ninguém enxerga além dos próprios pés.

Ainda há chuva que faz o hálito do campo;

Ainda há no gapó a festa da vida, que se renova;

Ainda há a luz na escuridão;

Ainda há na brisa, que caminha na direção da janela

E um sol que reparte as ópiniões em dúvidas,

Mas a vida que se leva,

Mas a vida que se leva...

Não garante a idade do planeta.

E eu não quero ficar para pedra,

Não quero estar aqui,

Quando o sol violeta nascer;

Quando a chuva ácida queimar o solo;

Quando o ar contaminado mover-se do lado de fora do mundo;

Quando a água estiver contaminada e

Quando as pessoas, que a gente não pode crêr,

Se fizerem deformadas.

Hoje vale dizer que ainda estamos por aqui.

E se quisermos mudar o futuro temos que unir as mãos

Para inventar uma nova maneira de sermos irmãos.

Antes que tudo se apague...

Vale a pena morrer por uma causa justa, a vida.

Alberto Amoêdo
Enviado por Alberto Amoêdo em 02/01/2008
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