Como quem não quer nada
Como quem não quer nada,
sento-me na calçada
e afago uma rima...
Ela ri, e me diz:
Hoje eu tô tão feliz...
Dei a volta por cima.
Como quem não quer nada,
corro em disparada,
e abraço o deserto...
Ele me olha satisfeito,
aperta-me em seu peito,
e diz: Está tudo certo!
Como quem não quer nada,
eu vejo a madrugada
passando o bastão para o dia...
E, nessa hora,
a poesia chora,
morrendo de alegria.
18.02.2024