ELEGIA

Uma nova desistência

Desse meu escrever

Já não tenho paciência

Poeta não venho ser

Eu digo abertamente,

Não me importando quem for,

A alguém muito inteligente,

Ou um simples tentador.

Amigos, familiares, amores,

Nestes nenhum mais há ,

Sol, estrelas, Lua ou flores,

Inspirar - me já não dá.

Já não devaneio mais,

Os pensares são vazios,

Rimas não sou mais capaz,

E no coração o frio.

Não sinto das flores olores,

Nem os passaros a cantar,

Nas tardes não há frescor,

As noites não tem luar.

Num desanimo abrangente,

Pensamentos entristecidos,

Não quero saber de gente,

Nas lembranças esquecido.

Com desenganos profundos,

Sem motivos de viver,

Mais maldades neste mundo,

Sem belezas p'ra escrever.

Com estes meus pensamentos,

E o que estou a sentir,

Quem sabe em outros momentos,

As rimas poderão vir.