A Maldita Poesia

Liberta-me,

Deste cárcere privado.

Serei eu louco?

Débil?

Perturbado?

Estas palavras,

Me cercam,

Por todo lado,

Palavras movediças,

Engolem o derrotado.

Ao invés da poesia,

Queria eu ser um romancista,

Destruir prosas e versos,

Que causam,

Disritmia.

Histórias inventaria,

Sem estrofes,

E sem rimas,

Liberdade e visão,

Cura para a miopia.

Poesia é contraste,

Não se vende,

É utopia.

Há quem finge,

Que é arte,

Tamanha hipocrisia!

Estado de resistência,

Analogia com tristeza,

E a quem faça,

Apologia.

A barriga está vazia,

Luxúria?

Benevolência?

Blasfêmia com maestria.

O Narciso está morrendo,

Indulgência,

Eucaristia,

Se cansou de seu talento,

Indulgência ou rebeldia?

Na mesa não há alimentos,

Folhas cheias de palavras,

Com a ausência de comida.

Labor da mente pária,

Quer a cura da angústia,

Mas que vive em agonia.

Destino de quem escolheu a maldita poesia.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 17/02/2024
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