A Maldita Poesia
Liberta-me,
Deste cárcere privado.
Serei eu louco?
Débil?
Perturbado?
Estas palavras,
Me cercam,
Por todo lado,
Palavras movediças,
Engolem o derrotado.
Ao invés da poesia,
Queria eu ser um romancista,
Destruir prosas e versos,
Que causam,
Disritmia.
Histórias inventaria,
Sem estrofes,
E sem rimas,
Liberdade e visão,
Cura para a miopia.
Poesia é contraste,
Não se vende,
É utopia.
Há quem finge,
Que é arte,
Tamanha hipocrisia!
Estado de resistência,
Analogia com tristeza,
E a quem faça,
Apologia.
A barriga está vazia,
Luxúria?
Benevolência?
Blasfêmia com maestria.
O Narciso está morrendo,
Indulgência,
Eucaristia,
Se cansou de seu talento,
Indulgência ou rebeldia?
Na mesa não há alimentos,
Folhas cheias de palavras,
Com a ausência de comida.
Labor da mente pária,
Quer a cura da angústia,
Mas que vive em agonia.
Destino de quem escolheu a maldita poesia.