Ocasião fez o tesão

Ocasião fez o tesão

Era verão de 1995 em uma cidade do interior dessas tranquilas onde todos se conheciam.

Tudo estava em calmaria até que um barulho estridente aproximava aos ouvidos daquele moço que no alto de seus olhos verdes curiosos buscava entender qual era a parada.

Viu então um par de botas que calçava duas pernas torneadas por cima da calça jeans.Foi subindo seus olhos até ter a visão total daquela tela de fim de tarde uma linda morena de camisa branca calça jeans clara e botas cano alto preta.Na cintura havia uma espécie de lenço vermelho e azul e assim que ela tirou o capacete seus longos cabelos pretos bailavam ao redor de seu rosto e ombro.

Boqueiabeto e tentando disfarçar tamanha alegria e admiração ao ver aquele mulherão a sua frente, Tião soltou um tarde, espécie de Boa Tarde.

Balançando a cabeça em aprovação,ela respondeu olá, boa tarde moço, me chamo Cris estou procurando a mercearia da Jô, você a conhece?

Ambos perceberam algo nos olhares um do outro, mas nada falaram.

Tião explicou onde era o local que a moça procurava ela agradeceu subiu em sua moto e num piscar de olhos evaporou na estrada, cobrindo Tião de poeira.

Mas o moço estava tão hipnotizado com aquela visão que não se importou.

Nem sequer imaginava o que viveria na sequência da noite.

Duas horas depois, Tião voltava para casa em seu fusca azul na corrente da poeira todo imponente.Quando notou uma moto estacionada na trilha da cachoeira, não exitou em seguir a trilha e procurar alguém, sim era a moça, lá estava ela banhando-se nas águas totalmente nua.

Tião não sabia o que fazer mas queria continuar olhando, foi chegando mais perto e apreensivo por talvez estar sendo inconveniente se ela o notasse ali.

Ouviu uma voz macia, dizendo venha também, a água está uma delícia.

Sem pensar em nada foi se despindo de suas vestes e aproximando daquela moça que acendeu sua vontade na primeira cruzada de olhar.

Com um sorriso ela disse sim e Tião foi se colocando mais perto até tocar os cabelos e ombro daquela moça que mais parecia uma pintura de Deus de tão perfeita aos seus olhos.

Em um ritmo lento e de pura conexão os dois se beijaram arrepiando os bicos dos seios de Cris que chamaram por sua boca quente ali se entregaram ao um só ritmo, aquele ritmo de urgência dos corpos excitados pela ocasião e toda visão.

Sim a ocasião fez o tesão, não se conheciam nem de vista ou encontrado antes e tudo foi perfeito, banhados com água gelada e corpo fervendo realizaram ali junto a natureza um amor a primeira trepada, 33 anos anos depois estavam casados e vivendo em uma das terras ali habitadas.

Reunidos a beira da fogueira Cris contava como conheceu Tião ao seu neto João que dizia não acreditar no amor.

Cris com toda paciência de vó dizia, jamais desista de acreditar no amor, ele está dentro de você quando for o momento alguém irá te florescer.

Alma Poética

Alessandra Mello 16/02/2024

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