DA DOCE TRISTEZA
(para o neto Arthur )
. DA DOCE TRISTEZA
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Tristeza que me machuca tão doce!
Como se esse doer também fosse
Mais uma prova, na minha certeza,
De que lágrima é só acidez
No doce que o seu sorriso fez;
E seu sorrir, um doce na tristeza.
Tristeza que me corta, delicada,
Com suas meigas mãos leves de fada;
Numa leveza própria do amor;
E que, após o corte de ternura,
Num beijo, o amor vem e costura,
Nesse meu entristecer, uma flor.
Uma flor de tanta triste pureza
E de tanta doçura na tristeza,
Que não sei mais como ela existe.
Mas meu coração, que sabe e sente,
Por senti-la, assim, tão docemente,
Sente tristeza mas não fica triste.
Torre Três (R P)
16_02_24